Oi pessoas
Nem preciso falar que o título foi o que mais me chamou a atenção para esse livro A livraria, da Penelope Fitzgerald, chegou por aqui através da parceria que o blog tem com o Grupo Editoral Record.
O livro que deu origem ao filme estrelado por Emily Mortimer, de A ilha do medo, e Patricia Clarkson, de House of cards.
Florence Green, uma viúva de meia-idade, decide abrir uma livraria — a única — na pequena Hardborough, uma cidade costeira no interior da Inglaterra. Florence não esperava, contudo, que seu projeto pudesse transformar Hardborough em um campo de batalha: enquanto a influente e ambiciosa Violet Gamart, que tinha outros planos para a centenária casa que ela escolheu como sede, faz de Florence sua inimiga, a empreendedora também conquista um aliado na figura do excêntrico Sr. Brundish.
Na história de Florence Green enfrentando a cortês mas implacável oposição local, vê-se a denúncia de uma estrutura de privilégios apoiada em invejas e crueldades, e, no microcosmo de Hardborough, Penelope Fitzgerald monta um cenário repleto de detalhes precisos e personagens atemporais.
A Livraria é o meu tipo de livro: história tranquila despretensiosa e sem muita enrolação. Os personagens são construídos de forma simples, mas conseguimos captar suas essências através das ações. Os diálogos conseguem ser crus, beirando um pouco a crueldade e dar para notar como estavam os ânimos das pequenas cidades inglesas no pós-guerra. Porém acredito que esse último tópico foi apenas um detalhe acrescido pela autora para situar a obra no espaço-tempo.
Outro item presente na obra é o peculiar humor inglês. Aquele humor difícil de notar e que na verdade, acho só eles conseguem entender. Ele pode ser bem notado na ajudante da Florence na livraria. As falas dela eram as mais da
Uma parte bem curiosa do livro, é quando a personagem principal, Florence, decide vender em sua livraria o controverso livro Lolita, de Vladimir Nabokov. Foi bem interessante ter uma pequena noção de como a sociedade reagiu a publicação da obra.
O final de A livraria
Apesar de ter terminado de uma forma um tanto quanto inesperado para mim, A livraria tem uma trama muito agradável de acompanhar. O leitor cria uma certa expectativa que é quebrada pela maneira como Fitzgerald conduz a história. A gente acha que vai rolar um final fofinho e cheio de clichês, mas a real é que o fim beira a crueldade.
Acho que a intenção verdadeira da autora era mais revelar ou talvez denunciar como eram as relações sociais nas pequenas cidades inglesas e como quem tem poder consegue desmoralizar quem está apenas ali fazendo um pequeno trabalho e vivendo a vida da forma mais simples e tranquila possível.
Pode parecer muita pretensão minha ou apenas desconhecimento literário, mas achei a autora com uma escrita um tanto quanto parecida com a da Jane Austen, na forma como constrói os personagens e/ou leva a sua trama. A diferença é que Austen termina a suas histórias de forma fofinha (hehehe!)
É muito estranho ver uma autora, como a Fitzgerald, com uma qualidade tão boa em sua escrita possa ser tão desconhecida no mundo literário. Depois de conhecer a sua obra e ler um pouco sobre sua vida (para fazer essa resenha), fiquei muito curiosa para ler suas outras obras (e nem são tantas assim).
A livraria
Autor: Penelope Fitzgerald | Tradutor: Sonia Coutinho
Editora: Bertrand Brasil
Páginas: 160 | ISBN: 9788528622829
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Para ler: Amazon
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Mil beijos e até mais!
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