É meio difícil começar a falar desse A vida compartilhada em uma admirável órbita fechada sem dar spoiler do final do primeiro (que já tem resenha aqui), apesar de ser um livro que dá para ser lido como um Stand alone, aqui vamos seguir um personagem diferente, esse personagem foi tripulante da Nave, então já o conhecemos um pouco.
Lovelace já foi a Inteligência Artificial responsável pelo funcionamento da nave espacial Andarilha no passado. Após uma reinicialização completa, ela acorda em um novo corpo e sem nenhuma memória do que veio antes. Enquanto descobre sua essência e aprende a se virar em um universo repleto de artimanhas e novidades, ela faz amizade com Sálvia uma engenheira empolgada com os desafios que se colocam à sua frente. Juntas, Sálvia e Lovelace vão descobrir que não importa qual seja o tamanho do espaço, duas pessoas podem preenchê-lo.
A Vida Compartilhada em uma Admirável Órbita Fechada é uma sequência independente do aclamado romance de estreia de Becky Chambers, A Longa Viagem a Um Pequeno Planeta Hostil. Com a criatividade e visão inovadora já conhecida entre seus leitores, a autora fala sobre amizade, humanidade, força feminina e também debate as teorias e limites do que é possível realizar com a Inteligência Artificial. Tudo com o apuro exigido pelos fãs de ficção científica, que agora encontram uma nova casa na linha DarkLove, da DarkSide® Books.
A linha do tempo em A vida compartilhada em uma admirável órbita fechada
A vida compartilhada em uma admirável órbita fechada segue duas linhas do tempo que se misturam e se completam, tem um plot sob a visão da Lovelace/ Sidra (uma Inteligência artificial) que está bem confusa sobre sua nova forma e função e a outra é a história da Sálvia/ Jane uma técnica de naves/ equipamentos e naves e o passado que a tornou o que ela é hoje.
A história de todas as espécies consiste em uma longa cadeia de atrocidades que cometemos uns contra os outros.
O Universo em que se passa a história é a comunidade galáctica que já conhecemos no primeiro livro onde sabemos que existe diversas espécies convivendo entre si, um universo onde a terra já não é mais habitável e que os seres humanos agora têm sua colônia base em Marte porém vale ressaltar que o espaço em que se passa esse enredo é infinitamente menor do que se compararmos com a Nave do primeiro livro, agora estamos na loja da Sálvia mas são pouquíssimas vezes que temos contato com seres de outras espécies conhecendo as histórias tão incríveis como no primeiro livro. Basicamente temos uma jornada sobre recomeçar novamente.
Eu sou uma humana, uma pessoa, uma garota e uma criança. Eram muitos rótulos para uma garota só.
Apesar de diversas espécies conviver entre si e a terra não mais existir o que ainda existe é o jogo político, e um certo nível de preconceito e regras que as vezes precisam ser quebradas ou revistas.
A origem da Sálvia nos faz questionar valores morais e entender o porquê se arriscar tanto com um ato considerado ilegal para ajudar Lovelace existir. A mágica da Becky Chambers de nos fazer entender e ter empatia com pessoas e inteligências artificiais que não tem nenhum ponto de convergência com a nossa história de leitor ainda acontece de forma magistral aqui e é exatamente isso que torna os livros da Beck tão especiais na minha opinião.
Eu amo aprender. Amo história. Mas a história está em todo lugar. Cada edifício, cada pessoa com quem você fala. A história não se limita ao que há nas bibliotecas e nos museus.
Ainda sinto falta dos personagens do livro 1 e não consegui ficar em paz com aquele final, vida que se segue comecei a leitura achando que definitivamente eu compraria os problemas da Lovelace muito mais rápido, mas a doce surpresa foi como me envolvi com o passado da Sálvia, como fico feliz de ela ter o Azul em seu presente; o mais engraçado é que o final de A Vida Compartilhada em uma Admirável Órbita Fechada nos oferece o “fim” muito mais feliz que o do primeiro e ainda sim me conectei muitíssimo mais com o primeiro livro.
Sidra ficou observando o casal enquanto o submarítimo cruzava a lua. Sálvia finalmente se rendeu ao sono. Azul parecia contente em observar borrões de peixes curiosos e algas emaranhadas. Nenhum dos dois tinha sido feito para aquele lugar, Sidra considerou. E, na verdade, nenhum dos seres humanos ali fora, apesar de terem sido criados com menos intencionalidade. O mesmo poderia ser dito das outras espécies nos demais vagões. Os aeluonianos e os aandriskanos com suas máscaras para respirar. Os harmagianos com seus carrinhos motorizados. Não tinham sido feitos para habitar o mesmo mundo – habitar aquele mundo -, mas lá estavam eles. Talvez nesse aspecto, pelo menos, ela não fosse tão diferente.
Eu quero mais sobre Porto Coriol, quero mais sobre Aeluonianos, Aandriskanos e Harmagianos. Ainda há um volume 03 na trilogia Wayfarers porém Darkside Books não nos dá notícias da publicação a mais tempo do que eu gostaria. Recentemente Becky Chambers venceu o Hugo Awards 2019 o que eu espero que tenha reforçado a necessidade de publicação logo do terceiro volume.
A vida compartilhada em uma admirável órbita fechada
Autor: Beck Chambers | Tradução: Flora Pinheiro
Editora: Darkside Books
Páginas: 320 | ISBN: 9788594541215
Skoob | Goodreads
Para ler: https://amzn.to/3cMAkRM
Ósculos e Amplexos, Karina.
♥
Sem comentários