Vamos a mais uma resenha do Projeto 1 ano com Jane Austen e o livro dessa vez é o Mansfield Park.
Na literatura, esperamos que o herói seja vigoroso, tenha um espírito aventureiro, audácia, bravura, capacidade de superação e uma pitada de imprudência. Ele deve ser ativo, enfrentar obstáculos e afirmar a própria energia. Fanny Price, a heroína de Mansfield Park, é o oposto de tudo isso. Frágil, tímida, insegura e excessivamente vulnerável, a pequena Fanny deixa a casa dos pais pobres para morar com os tios mais afortunados em Mansfield Park. Lá, convive com diversos familiares, mas se aproxima apenas do primo Edmund, seu companheiro inseparável. A tranquilidade de casa, no entanto, é abalada com a chegada dos irmãos Mary e Henry Crawford em uma propriedade vizinha. Edmund se apaixona por ela, enquanto Henry flerta com todas as moças.
Mansfield Park é o romance que marca a maturidade de Jane Austen. Apresenta um tom mais contido, sardônico, em comparação com obras idealizadas antes, como Orgulho e preconceito e Razão e sensibilidade. Aqui, mais consciente dos verdadeiros males e sofrimentos inerentes à vida em sociedade, uma das maiores autoras da língua inglesa enaltece, na figura de Fanny, a imobilidade, a solidez, a permanência e a resignação.
Fonte: Companhia das Letras
Esta edição: Recupera o texto da primeira publicação na Inglaterra; Traz análises dos críticos e professores britânicos Kathryn Sutherland e Tony Tanner e notas explicativas sobre a obra, a autora e o contexto histórico.
Mansfield Park, até o momento, foi o livro que menos gostei da Jane Austen. Não curti a trama, nem os personagens. Achei muito sem sal, sabe! Muito diferente da minha experiência com Orgulho e Preconceito e com Emma.
Fanny é uma protagonista diferente do padrão das heroínas Austeanas. Ao longo da leitura, a achei um pouco insossa, orgulhosa e mimada para uma menina de origem humilde e que passa a viver entre os mais abastados. Ao longo da leitura, houve passagens que eu quis esganar essa menina.
Os personagens de Mansfield Park
Não houve personagens que a gente pudesse gostar ao longo do livro. Havia uma certa antipatia e a protagonista era sempre deixada de lado nas relações sociais. A viam como alguém sem muita importância e isso me deixou um pouco incomodada porque ela não era intrusa ali e sempre foi uma pessoa muito obediente. Tia Norris era uma grande megera e a Tia Bertram era uma panaca. Não havia um que a gente pudesse gostar. Nem para os casais a gente conseguia torcer.
O livro é muito mais longo do que precisava ser. A Austen deu uma exagerada na ambientação e muitas vezes fiquei cansada com a leitura. A trama não é empolgante e eu não entendia para onde a narrativa caminhava e se realmente havia um lugar para ir. Apenas depois da metade do livro que consegui ficar empolgada, mesmo assim me senti aliviada quando terminou e todos foram felizes para sempre. Mansfield Park é um livro que tem uma preocupação com as questões morais, a religião e o papel que os filhos possuem na sucessão familiar.
O clímax foi bem característico das obras da Austen: corrido e tudo se resolvendo em apenas um capítulo. É tipo assim: o mocinho e a mocinha descobrem que estão apaixonados, se casam e todos são felizes para sempre. Tudo bem rapidamente e em poucas páginas.
Apesar de não ter me agradado muito, acho que quem gosta desse tipo de romance e também para aqueles que gostam da Jane Austen podem ler Mansfield Park. Sou do time que é preciso ler para poder julgar, principalmente porque é uma história que divide opiniões e talvez você possa amar o livro independente dessa resenha.
Mansfield Park
Autora: Jane Austen | Tradução: Hildegard Feist
Editora: Companhia das Letras
Páginas: 608 | ISBN:9788563560995
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Para ler: https://amzn.to/2U5aRvI
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Mil beijos e até mais!
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